O artista Bob, de Assomada, Santa Catarina de Santiago, foi galarduado pelos CVMA 2012 com o Prémio Acção Social.
A organização presta assim o devido reconhecimento ao artista de “Rapacinhu Lantuna” pelo trabalho que tem vindo a desenvolver junto das crianças e adolescentes das Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde, das quais ele também fez parte. Mas do que um mestre e professor de música, Bob tem-se revelado um exemplo de luta e coragem para os seus alunos, mas também para todas as crianças das Aldeias Infantis SOS Cabo Verde.
Perfil de Silvestre Alberto Mascarenhas
Silvestre Alberto Mascarenhas, “Bob”, tem 33 anos e é natural da Calheta de São Miguel. Ali viveu até aos sete anos, altura em que foi para a Aldeia Infantil SOS Assomada. Bob conheceu e privou com Orlando Pantera, figura que considera o seu “mestre”.
A paixão pela música surgiu aos 14 anos, quando na Aldeia Infantil SOS Assomada abriu uma escola de música para todas as crianças da instituição. Pantera era um dos monitores dessa escola.
Começou por aprender chocalho e reco reco, mas a paixão pelo violão era grande e no fim das aulas, quando todos já se tinham ido embora, Bob ficava a praticar sozinho.
Em 1998 deu o seu primeiro espectáculo, na praça central de Assomada. Nessa altura, ainda era um jovem inseguro, portanto, interpretou as músicas do seu “mestre” Orlando Pantera. A aceitação do público surpreendeu-o e a partir daí começou a introduzir as suas composições nos espectáculos onde actuava.
E foi na praça central da Assomada, cidade onde se fez homem, que Bob apresentou o seu primeiro disco a solo- “Rapacinhu Lantuna”. Um trabalho que como diz é uma compilação das composições que foi fazendo desde os anos 90, mas que a timidez e insegurança foram deixando na gaveta esquecidas.
“Rapacinhu Lantuna” é uma homenagem a Pantera. “Undi kim bai bu ta sta djuntu ku mi”, ouve-se numa das canções e é uma das frases mais marcantes deste disco. “Sempre que estou no palco sinto a presença dele”, confessa Bob.